domingo, 30 de novembro de 2008

em.branco

Papel em branco.

Não, não, isto de forma alguma é um papel, é uma tela.

Tá bom, tela em branco. Escreva em mim.

Não posso.

Por que?

Preciso de um tempo, preciso pensar. Preciso esquecer toda essa verborragia sobre coisa nenhuma que vive em mim, e que eu tento desesperadamente e incontroladamente despejar aqui. No papel em branco.

Tela. Eu sou uma tela em branco.

Isso definitivamente não é branco.

Mas fui. Fui uma tela onde ninguém havia escrito nada, e então você veio, derramou a tinta e transformou a realidade.

Respeito: eu não sou louca de derramar tinta na tela. No papel. Tinta a gente derrama no papel. E que realidade se transforma apenas com palavras?

A minha. Eu era uma tela em branco, mudaram a minha realidade, fazendo com que eu transmitisse algum sentimento pra você, ou para vocês, que estão aí do outro lado da tela. Mas é engraçado...

... isso eu também percebi. O engraçado é que agora, enquanto escrevo na tela que um dia foi branca e hoje já não é mais, não tem ninguém do outro lado da tela. Algum dia houve?

Não tem ninguém que te possa responder agora. Apesar de eu ser uma ex-tela em branco que agora possui palavras que transmitem algo de bom ou de ruim para o leitor, eu não falo. Eu não converso.

Então isso quer dizer que eu sou esquizofrênica, e na verdade neste momento estou falando comigo mesma?

É.

Bizarre...

[mas eu não quero mais o papel em branco, nem a tela em branco, nem o vazio de palavras que ecoam apenas na minha mente. eu quero transformar com o papel não só a minha vida, mas a vida de alguém. o papel, o café, a bolacha.]

6 comentários:

Pamela Lima disse...

do Lat. peremptoriu


adj.,
que perime;
decisivo;
terminante;
categórico.



Não é só você que tá ficando esquizofrênica, viu.

Claudia Lyra disse...

Gente... você tá ficando poética por demais!!!

Andarilho disse...

Poeta ou louca. Ou poeta E louca.

O que é bom, é tão chato ser normal.

jujudeblu disse...

Eu acho é que tu fumou algo muito poderoso!!!

huahahuauhahuahuauhauhahua

Márci disse...

E o desiquilibrio chegou, bateu, entrou e ficou né colega ??

Ana P. disse...

Pam: eu tinha achado esse mesmo significado. Mas aí eu achei o tal do cabal e acabei compreendendo. E eu continuo falando sozinha. Com o papel em branco. Não, tela. Não vou ofender!

Clau: sabe o que é o melhor? Não é nem ser poética, que eu num achei isso nada poético, mas é que, finalmente, eu postei algo sobre a minha vida e que NINGUÉM entendeu. Gracías!

Andarilho: uma vez minha irmã escreveu num caderno de poesias dela, um trem que ela leu numa revista: os loucos são os loucos; os normais são os outros; e nós? Tb acho mega chata a normalidade.

Juju: ainda num aprendeu, colega? Eu num fumo, e pelo visto parei de beber tb. Eu só bebo de vez em nunca. Mas dessa vez eu estava bem lúcida. Ainda bem. [esqueceu que às vezes é bom brincar com as palavras, xuxu?]

Má: você que daqui é a que me conhece a mais tempo: ALGUMA VEZ VOCÊ ME VIU EM EQUILÍBRIO??? Han? Han? Obrigada pela resposta. :)

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