segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A human being that was given to fly

Taí ó, falar uma coisa procês. Tô com uma saudade da porra do ano de 2005. Então vocês me perguntam "e aí, Aninha, que rolou em 2005 pra você ficar com saudades?"

Bom, 2005 foi o meu primeiro ano como solteira depois do fim de um namoro de dois anos e meio. Tirando esse detalhe do fim do namoro que é algo que me traumatiza até hoje [detalhe que a filhadaputa da história sou eu, brigada], 2005 foi um ano que entrou pra minha história, porque foi o único ano que eu realmente me diverti tendo o mundo todo nas minhas mãos.

Não pensei nisso agora do nada, tô aqui numa overdose de Pearl Jam que não consigo parar. Em 2005 eu fui no show do Pearl Jam, essa foi a última coisa de MUITO MEGA PLUS ADVANCED MASTER FELIZ que aconteceu em 2005. Antes disso eu fui também no show dos Strokes, fiquei mega bêbada, fiz coisas que prefiro não comentar e fui trabalhar bêbada. O ano novo de 2004 pra 2005 também foi memorável, porque foi o ano que eu passei o reveillon no posto de gasolina. Também sem comentários.

2005 foi o ano que eu passei mais dias bêbada, acredito. Bêbada de verdade, gente, por isso digo aos jovens que me conhecem há pouco tempo que não, eles NUNCA me viram bêbada de fato. Conto nos dedos de uma mão os amigos que já me viram bêbada de verdade. Foi o ano que eu perdi a memória por causa da bebida, e a experiência foi horrível. Dizem que eu fiz algumas coisas, e eu efetivamente NÃO LEMBRO, portanto, se eu não lembro, eu não fiz.

Foi o noivado do meu irmão. Isso foi legal. E foi lá que eu perdi a memória, mas abafa o caso, sim?

Em 2005 eu fiz o curso de caixa, foi quando eu descobri alguma coisa na Caixa que me fazia feliz. Só quatro anos depois eu consegui minha função, coisa que também abafemos o caso sobre se eu tô feliz ou não. Mas quando chega o dia do salário eu fico feliz, fico triste porque no mesmo dia vence a fatura do cartão, aí eu fico pobre de novo.

Em 2005 eu não ligava pra essa baboseira de ficar com alguém só se eu gostar dele. Tipo, eu não precisava estar apaixonada pelo cara pra dar uns pegas nele. Eu podia só sentir um tesão que já tava bom. Foi com o tempo que eu fui ficando besta. Então quer dizer, minha vida sexual em 2005 foi bem interessante. De lá pra cá foi deprimente, mas isso é mais uma coisa pra gente abafar o caso.

[algumas coisas se salvaram nesse "de lá pra cá", mas né... sinto falta de MG, hahahahahahahahaha]

Bom, o que me fez lembrar que 2005 foi foda é essa overdose de Pearl Jam, né? É. Eu nunca vou esquecer a sensação que eu tive naquela tarde de 03 de dezembro no Pacaembu. Cheguei cedo pra ficar SOZINHA na fila, tipo, maior galera com amigos e tals, e eu sozinha na fila. Nem liguei, comprei uma breja, acendi meu cigarro e fiquei lá... repassando trocentas músicas do PJ na cabeça e só pensando no quanto eu ia gritar se eles tocasse Given to Fly [que é uma música que diz muito, mimimi, um dia eu explico]

Daí que eu lembro dessa, porra, como eu chorei! E quando começou Present Tense? Arrepio no corpo todo! Eu fiquei rouca quando começou Jeremy, chorei de rir quando o Eddie errou o comecinho de Elderly Woman e fez a contagem à la U2 [uno, dos, tres, catorce, whatever]. Daí veio a trilogia: Hide Your Love Away [só fechei os olhos e sonhei, num tava ali, num era possível], Better Man [cantei chorando, me arrepio só de lembrar] e Black. Black.

Chorei com Black de soluçar. Cantando, chorando e soluçando. Pela emoção de estar ali, pela história da música, pelos versos finais [I know someday you'll have a beautiful life, I know you'll be a star in somebody else's sky, but why, why, why can't it be mine?], por tudo o que eu vivi naquele um ano que eu estive solta no mundo, por tudo... naquele dia minha paixão por PJ triplicou.

Daí no final veio Crazy Mary, e o Eddie ofereceu a garrafa de vinho dele pra gente, e eu dançava sozinha no meio da galera, olha... foi tudo perfeito.

É isso. 2005 foi um ano que eu gostaria de viver novamente. Não as coisas que eu fiz em 2005, mas sim as alegrias, as descontrações, a falta de neuras, de mimimi, de draminhas. Os dramas que eu vivi de lá pra cá foi o que fuderam e que sempre me fizeram avaliar todos os anos como uma bosta de vida e tudo mais. Eu queria voltar a ser aquela menina tranquila que eu fui em 2005. Voltar a ser a amiga de boa que eu era em 2005. Voltar a ser magrinha como eu era em 2005 [hahahahaha, com esses queijos cearenses que minha mãe trouxe do RJ*, olha, impossível!], voltar.

Se possível, a ser uma pessoa sem neuras, já ia ser de grande ajuda.

Pra ficar melhor, só se o Pearl Jam resolvesse voltar esse ano. Eu ia. De pista de novo. Pra dançar, sozinha e feliz, no meio da multidão...

*lá no RJ tem a feira dos Paraíbas, mais conhecida como feira de São Cristóvão, que, mesmo pra você que num curte as tradições nordestinas, só por esse queijinho do Ceará vale MUITO A PENA conhecer. E os forrós são também memoráveis, hahahahahaha!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Colega

Eu comecei a trabalhar muito tarde, com 18 anos. Acho que isso, mais o problema geral que eu já tenho de me relacionar com pessoas humanas, faz com que eu não consiga, até hoje, me entrosar na dinâmica do ambiente de trabalho.

Começamos no seguinte ponto: eu amo meu emprego. Eu sou completamente apaixonada pelo que faço, e não consigo de forma alguma me imaginar fazendo outra coisa que não isso. Eu trabalho na mesma empresa, no mesmo prédio e praticamente na mesmíssima função há seis anos. Já trabalhei com MUITAS pessoas diferentes. Entra gerente, sai gerente, entra funcionário, sai funcionário, e lá estou eu. Firme e forte como uma rocha.

Nada me tira daquele lugar.

Esse ponto tá compreendido? Ótimo.

Então que nesse lugar eu passo umas oito horas por dia. Para efeito de comparação, na minha casa eu passo em média dez a doze horas por dia. Dessas, oito eu estou dormindo. Ou fazendo trabalho. O que dá na mesma, porque de uma forma ou de outra, eu não convivo com a minha família. Ou seja. Eu convivo com meus familiares, em média, de duas a quatro horas por dia. Com meus colegas [colega é muito creuza, mas na falta de uma palavra melhor], eu convivo em média oito horas por dia.

É muita coisa, não é? É.

Então quer dizer, se eu convivo TANTO com essas pessoas, não seria de se supor que elas fazem parte da minha vida?

Pausa para reflexão.










NÃO!

Elas não fazem parte da minha vida. Elas não são minhas amiguénhas. Elas não compartilham dos mesmos gostos, de algumas vontades, de algumas manias. NADA. No meu ambiente de trabalho, POR MAIS QUE EU AME O QUE EU FAÇO, eu não encontro pessoas que tenham QUALQUER COISINHA a ver comigo. Nada! É como se todos fossem estranhos pra mim.

[pausa: exagero meu. Nesses seis anos, eu fiz algumas amizades, sim, pessoas com quem eu me dou bem lá dentro ou mesmo fora do ambiente de trabalho. Pessoas com quem eu já fiz viagens de final de ano. Pessoas que sabem bastante coisas da minha vida. Mas percebam: bastante não é tudo]

Daí, o que eu quero dizer com tudo isso, né? Alguma coisa eu devo estar querendo dizer.

Vamos lá: analisando os fatos problemas em se relacionar + colegas de trabalho são estranhos pra mim, não é de se supor que eu não goste da maioria das pessoas dali? Não parece meio óbvio?

Para mim, e talvez para vocês, isso seja bem óbvio, colocando as coisas dessa forma. Para eles, NO ENTANTO, não! E quer dizer, eu realmente tenho que ser falsinha no trabalho e ficar de mimimi quando acaba o expediente? Que parte do meu contrato estava escrito isso, porque eu perdi esse parágrafo aí?

Aí você vai falar pra mim: "Ana, as pessoas têm que ser políticas". E eu concordo, tem que manter a política do profissionalismo no trabalho.

Mas ser profissional é uma coisa. Ser falsa é outra. E se tem uma coisa que me irrita, é gente que me trata tipo "amigona" e não é nada, absolutamente nada além de um mero COLEGA DE TRABALHO.

E colega, vamos e convenhamos... é muito creuza!