segunda-feira, 30 de março de 2009

The first

Estava assistindo um filme ontem, daqueles style sessão da tarde, "O Céu Pode Esperar". Tá, se você nunca assistiu, dá umas... quatro semanas, certeza vai passar na sessão da tarde na Globo ou no cinema em casa do SBT. De qualquer forma, não se afobe para alugar o dvd ou baixar o filme, não é assim tããão bom [viu, Perdido?].

De qualquer forma, a certa altura do filme, o personagem principal, que é um comediante que morreu e reencarnou no corpo de um senhor de idade não lá muito humorado, está tentando fazer uma de suas apresentações, quando ele lança essa: o primeiro beijo é o que vale, nos outros a gente apenas cumpre protocolo. Tipo "oi, amor, cheguei" e beija; "tchau, amor, tô indo" e beija; "amor, tava com saudade" e beija; e por aí vai.

Concordei com a ideia, em especial no ponto de que o primeiro beijo é o que realmente vale. É aquela sensação de "Ééééé, eu consegui, tô beijando, tô beijando". É aquele momento que durante o encontro todo você fica esperando, e se ele chega de repente, é muito mais gostoso, muito mais aproveitado.

A gente fica imaginando como é que vai ser e então, enquanto está rolando o primeiro beijo, não fica pensando muito "hum, num era bem isso" [a não ser que o beijo seja efetivamente MUITO ruim, mas aí é osso, a gente nem continua o beijo nessas horas]. O primeiro beijo é aquele que a gente sempre vai lembrar. Bom, se você é uma pessoa idiota como eu, sim, você sempre vai lembrar do primeiro beijo.

O legal é que para nós, idiotas, planejar o primeiro beijo é como planejar o casamento. A gente imagina X situações, das mais bizarras às mais normaizinhas, e pensa no beijo cinematográfico, ou naquele mais simples mas intenso. Pensa na reação do outro, no olhar do outro, no que fazer com as mãos, em que momento parar, é tudo muito complicado no primeiro beijo, mas esse é o momento mais interessante de todos.

Bom, talvez não tão interessante quanto a primeira transa. Mas aí já são outros quinhentos... outros quinhentos beijos, de preferência. Porque por mais que sejam só para cumprir protocolo, ainda tá pra nascer alguma coisa tão gostosa de se fazer a dois quanto o beijo.

terça-feira, 17 de março de 2009

Tá, tá... tá!

Das coisas que me irritam muito, muitíssimo, grande parte delas se relaciona com 'ser mulher'.

Cólica menstrual me irrita. Pelo menos pra mim, é aquela dor que não adiaaaaaaaanta tomar remédio nenhum. Não adianta deitar, não adianta andar, não adianta gritar, não adianta chorar. Não adianta nem xingar os filho da puta que chegam e comentam "dorzinha de nada, mulher reclama de qualquer coisa". Pau no seu cu. Dor de cólica dói pra caralho e eu não tô afim de ouvir voz de homem perto de mim nessas horas!

Aliás, ficar menstruada me irrita. Sério, garotos, vocês não tem noção de como é chato e nojento e irritante, todos os meses, durante cinco dias [OU MAIS, às vezes], ter que se privar de algumas coisas pelo incômodo que é ficar menstruada. Dormir pelada, por exemplo, não dá. Bom, não pra mim, né... Sexo também fica mais difícil. Se a dor te incomoda muito, você não consegue nem trabalhar direito.

Essa obrigação de que toda mulher tem que saber cozinhar me irrita. Eu não sei cozinhar, e não faço a MENOOOOOOOR questão de aprender. Vocês aí que acreditam no divino, oi? se ele nos deu inteligência para inventar a comida congelada, acho que ele queria que usufruíssemos disso, não? E o delivery? E a casa de mamãe? Eu não preciso saber cozinhar. Tem restaurante no mundo. Lá as pessoas que gostam de cozinhar vendem comida para os que não gostam de cozinhar. Viver em sociedade é uma troca.

Casar... não, acho que eu vou passar reto do assunto "casar". Não, não vou passar reto. Nem todo mundo acha que casar é algo bom. Nem todo mundo sente essa necessidade de assinar papéis, fazer festa, juntar família, avisar o padre. Tem gente que se contenta com o simples "vamos juntar os trapos?". Tem gente que se contenta em namorar o resto da vida: você na sua casa e eu na minha. Tem gente que se contenta em ficar sozinho. Nada disso faz alguém melhor ou pior do que o outro. NEM TODO MUNDO acha casamento engraçado. Se você acha, bom pra você. Aliás, foda-se. Não venha me dizer que esse seu casamentozinho de merda é a melhor coisa que poderia existir no mundo, e que eu só vou ser feliz se casar com alguém que me ame tanto quanto seu cônjuge o ama. Tománocu!

E, finalmente, passado. O passado me irrita. Irrita mais ainda quando a gente consegue passar de boa por cima dele, consegue não mais lembrar todo santo dia dele, e aí quando você tá de boa, sem pensar em sofrimentos passados e pans... eis que ele ressurge, pra zoar sua cara, pisar no seu pé e dizer "viu, eu ainda existo". E o pior, é aquele passado que surge já achando que faz parte do seu presente. De repente, seria uma boa ideia que o passado maldito fosse curtir o presente do lado das pessoas que ele diz que são importantes agora. E fingir que eu, que já passei, não existo mais.

Exatamente como eu faço com ele. Ou tento fazer, agora que voltou a me assombrar.