sábado, 13 de novembro de 2010

Dá pra mim o teu amor

Tava aqui lendo o blog da Patrícia e uma coisa que ela falou que é muito verdade. Mas que em pensamento eu faço a todo momento.

Porque exigir ternura e compreensão é o mais baixo na escala da dignidade humana.

Não acredito que eu seja a única entre sete bilhões de pessoas no mundo. E por favor, não é normal a pessoa que não quer se sentir querida e amada ao menos uma vez na vida. Um dia, nessa vida ridícula, queremos sentir um pouco de carinho de alguém. Queremos nos sentir compreendidos. Blogueiro, aliás, o que mais quer é se sentir compreendido, senão num tinha blog.

Mas... dá pra você chegar e gritar na cara da pessoa VOCÊ TEM QUE ME AMAR, E TEM QUE ME AMAR AGORA! e não parecer uma pessoa completamente e absurdamente miserável? Dá pra você tergiversar [oi, Dilma] sobre tudo na vida e gritar COMPREENSÃO, MEU DEUS, ALGUÉM ME ENTENDA, POR FAVOR e não parecer uma pessoa louca?

Eu conheço gente assim. Vou te falar, conheço mesmo. Gente que precisa de atenção. Precisa de compreensão. Precisa de aprovação, de preferência em escala mundial, de tudo o que faz, pensa, diz. Não é porque essa gente sofre, essa gente é discriminada, essa gente é, sei lá... não sei. Mas essa gente precisa disso tudo pra suprir uma carência interna: a falta de amor próprio.

Eu convivi durante muito tempo com isso dentro de mim. Faltava amor próprio. Que eu disfarçava com comida, com álcool, com amizades falsas. E com essa necessidade de me sentir querida pelos outros, já que eu não me sentia querida por mim mesma.

Daí que ainda não cheguei ao ponto do "cago pro sentimento alheio, eu me amo e é isso que importa". Ninguém jamais chegará a esse ponto, porque como a terapeuta repete pra mim sempre é que ninguém pode ser feliz sozinho. Forever alone, sabe? Mas eu cheguei ao ponto de conseguir recusar falso carinho, falsas amizades, recusar comida e álcool para suprir uma carência que ainda existe, mas que eu preciso resolver internamente primeiro.

E no mais, algo que eu já consigo fazer é não mais exigir o sentimento alheio. Você não me ama? Tá. Você não gosta de mim? Tá. Você não consegue entender porque eu ajo do jeito que eu ajo? Tá. Você não sabe porque eu desperdiço minha capacidade intelectual em assuntos completamente desprezíveis? Tá.

Tá bom.

Volta outro dia, se quiser voltar, mas não me enche o saco. Porque eu já encho o meu saco o suficiente sozinha. Não preciso de ajuda pra isso.

3 comentários:

Andarilho disse...

O negócio é antes só do que mal acompanhado.

Ana P. disse...

exactly.

mas não dá pra ser feliz forever alone.

a não ser que você sofra de esquizofrenia. e mesmo assim, não jogue colheita feliz e similares.

Andarilho disse...

Basta não ser feliz. Dá pra viver sendo infeliz ou apático.

Se bem que eu sou feliz com meu playstation3, hauhauahu