sexta-feira, 18 de junho de 2010

Mas tá.

Eu me esforço, eu realmente me esforço. Eu tento ao máximo.

Mas olha.

Eu não gosto desse mundo não. Nem da humanidade num geral.

Eu não gosto de ter que falar, de ter que ouvir, de ter que cumprimentar, de ter que selecionar, de ter essa obrigação de achar que a vida é bonita e é bonita, de me compadecer das coisas que os outros acham triste, de ficar feliz quando acontecem coisas que os outros acham que são boas. Não gosto de ter que.

Não gosto de explicar e nem tenho paciência pra ouvir explicação. Não gosto de dormir e também não gosto de acordar. Não gosto nem de ficar falando que não gosto, mas também não gosto de ficar quieta fingindo que tudo tá assim, divertidíssimo.

Deve ter uma realidade paralela onde as coisas são diferentes. Onde você acorda e escolhe se vai trabalhar, se vai conviver, se vai rir, se vai chorar, se vai fazer uma boa tarde de chuva ou um belo dia de sol. Uma realidade de escolhas.

Daí você, Pollyana, vai virar pra mim e falar: MAS ANA, VOCÊ PODE ESCOLHER!

E eu vou te dizer que eu sei, eu sei que o mundo é feito de escolhas e nós podemos escolher quem ou o que vamos fazer hoje.

A diferença é que na realidade paralela, ninguém se importa. Nem mesmo você.

E se você resolver não escolher absolutamente NADA, não quer dizer que você quer morrer. Quer dizer apenas e tão somente, APENAS E TÃO SOMENTE, que neste momento você NÃO QUER ESCOLHER.

É difícil?