terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Flerte

Percebi pelos últimos posts que as moçoilas desse blogue estão totalmente in das melhores dicas para paquerar, seja no trânsito, quando você está dirigindo o carro, ou seja na correria do metrô-busão-trem. O bom é que, ao menos, as duas sempre têm histórias de sucesso para me contar.

Porque se você, caro leitor, for depender da minha longa lista de fracassos sentimentais para receber alguma ajuda no quesito "paquera"....

Eu sou péssima no flerte. Não sei nunca como demonstrar meu interesse em alguém. E aliás, toda vez que eu TENTO demonstrar meu interesse, o cara certeza vira pra mim e fala algo do tipo:

- E aquela sua amiga ali da esquerda? Bonitinha hein... tá solteira?
ou
- Nofaaaaaaaaaaa, aquele seu amigo, um gato, cê acha que eu posso?
ou
- Tô indo pro seminário semana que vem, descobri que minha vocação é pra padre mesmo.
ou
- Meeeeeuuuuu, nunca encontrei uma mulher assim como você, vamos ser amigos forever!

Vamos ser amigos forever. Pois é, eu tenho vocação pra ser amiga forever, ou pra ser a primeira confidente do padre, ou pra ser a cupida de amigas e amigos gays, mas... não tenho a menor vocação para flerte.

Às vezes no ônibus [que é o meu meio de transporte mais utilizado] eu tento, realmente tento alguma coisa. Mas vamos analisar os fatos: eu moro na zona leste de SP. Digamos que as pessoas pra essas bandas não seja muito... conservadas. Não dá a menor vontade de tentar flertar com ninguém. Mas às vezes o divino cansa de brincar com seu azar, e resolve colocar alguém QUASE apresentável no seu caminho.

Minha viagem de ônibus daqui até o trampo dura quinze, vinte minutos. Quinze, vinte minutos que eu insisto, olho, encaro, tento o meu melhor olhar 43 [que, acredito, pro cara não passa de olhar 171]. E nada. Na rua, eu ainda tento dar aquela reboladinha, pra mostrar que não é só na barriga que a banha se acumula. Às vezes [graças à progressiva] eu dou aquela jogadinha no cabelo [quando o vento favorece, claro]. Mas a conclusão que eu sempre chego é: o cara no máximo tá me achando ridícula. Não há nada em mim que vá realmente chamar a atenção de alguém.

[Não me condenem e digam que isso é falta de amor próprio. Não é. Eu me acho linda, maravilhosa, gostosa e uma pessoa que tem um papo incrível. Mas infelizmente, no flerte, eu não consigo convencer o cara disso.]

Daí que essa semana, no melhor estilo Márci de ser, eu peguei o telefone de um cara no trânsito da madrugada. Mas vá: eu estava MUITO BÊBADA. Muito mesmo, gente, tipo, nem lembro da cara do seromano. Estava eu e mais algumas amigas no carro. Peguei o telefone dele e ele pegou o meu. Fiquei feliz! Finalmente, depois de 25 anos, talvez um flerte meu tenha funcionado! Ele parece ter gostado de mim [por mais bêbada que eu aparentasse estar, e por mais que eu não faça a menor idéia de como o meu cabelo e minha maquiagem estavam àquela hora].

Dia seguinte, você recebe a seguinte SMS: "oi oi muito bacana ter encontrado vcs na madrugada... bjs ótima tarde".

Vocês? VOCÊS???

Então, minha gente. Comprovado: nem por SMS, nem no ônibus, nem no metrô, nem no trânsito. Nenhum flerte meu dará muito certo. Continuem seguindo as dicas de minhas amigas mais afortunadas.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Pobre se encontra no busão!

Sabe aquele dia que você acorda muito autoconfiante? Que você escolhe aquela roupa bonitinha que você sabe [e como!] deixa qualquer um de quatro por você! E você escolhe aqueeeeele brinco, até aquele anel bonito que faz tempo você não usa!
E nesse dia, você se penteia mais do que o normal, passa perfume, desodorante... Pra ir trabalhar!
Sim, e você não está interessada em ninguém do seu trabalho não! Pelo contrário... Você pensa "vai que eu encontro alguém no caminho que me seja interessante?" "ah, deixa de besteira, isso nuuuuunca acontece! No máximo aparecem aqueles mesmos bossais que buzinam e te enchem o saco todos os dias! Esse papo de encontrar alguém interessante DE VERDADE não existe, ainda mais você, que é POBRE e anda de busão." "não fantasie, não fantasie - já disse a sábia Bridget Jones!" "ah, então eu vou me arrumar porque eu sou feliz assim, eu estou afim e pronto! Sei que ninguém vai surgir do além, mas eu quero me arrumar nem que seja pra me sentir mais bonita e só."
Então você caminha com aquela autoconfiança que há muito tempo você não sentia. E você anda até o seu trabalho, afinal, agora é muito perto de onde moras e vale a pena uma caminhada matinal...

O trabalho ocorre, você sua[soa, soua, súa?] como uma louca, corre pra cima e pra baixo fazendo coisas e, no final, você sai feliz e, antes de sair, lembra de dar aquela ajeitada no que sobrou do seu cabelo! E não lava o rosto, pois já desistiu de encontrar alguém, então você sai com aquela pele ensebada, mas fazer o que... Agora é chegar em casa e tomar AQUELE banho!

Então você sai, andando rapidamente como sempre e tinha pensado em voltar a pé mas mudou de idéia, acabou indo pro ponto de ônibus. E... como esse ônibus tá demorando, Deus do céu! Só passam essas lotações ridículas que não te servem pra nada, e ônibus que não vão pra onde você devia ir! Então você começa a sentir o velho cansaço e, como não dá pra encostar na grade que tem atrás porque está uma nojeira, você se escora como pode em qualquer lugar, de tão cansada de esperar o busum.
Eis que, como num passe de mágica, você dá um passo pra frente achando que vem um busão [que não vem, óbeveo!]. Então você vira pro lado e.... e... eis que havia aquele cara. AQUELE cara! Lindo, sarado, não a beleza convencional, mas uma beleza exótica. Com uma barba interessante. Com umas tatuagens não tão interessantes [pra mim] mas que o deixam muito bonito. E o melhor: ele te viu também!
Então, você dá uma olhadinha... Abre qualquer bobagem pra beliscar. Vez ou outra você olha pra ele, vez ou outra você acompanha de rabo de olho. "será que ele vai pegar o mesmo ônibus?" "não, nada a ver, aqui passam muitos ônibus e ele não vai pegar o mesmo que eu! Isso NUNCA acontece e não vai ser hoje que vai acontecer!" "bem que ele podia vir falar comigo. Não, isso NUNCA acontece!" "é, vai ser igual a sempre, eu vou avistar um bonito e depois sigo meu caminho, como sempre tem sido..." "e o pior: é no busum! Se pelo menos fosse uma história como a da Má, no carro e tals... mas não, eu sou pobre, atraio pobres!"
Depois de certas olhadas e pensamentos vãos, você avista seu ônibus. "hora de seguir em frente sem olhar pra trás" Ele estava no celular dizendo que era pra alguém ligar pra ele. "se vc me der seu número, eu ligo!!! - você apenas pensa, não diz."
Então, você entra no busão e, quando vai passar a catraca, lá está ele, atrás de você.
"Em qual banco vou sentar? Sentar em duplos? Não, ele não vai sentar do meu lado, certeza!" "Ok, não tem duplos vazios mesmo, então vou sentar.... ali, do lado da mulher que está dormindo!" E você senta. Ele senta um pouco à sua frente e... DE LADO. "Ok, ele quer me olhar, por isso sentou de lado, ele não precisava disso." "não, nada a ver, ele só sentou de lado porque é ansioso e logo vai descer". Você olha pra ele, ele fica sempre cabisbaixo, de boné. "É, ele não quer mesmo me olhar. Ok, vou ignorar também." Então você percebe que ele de vez em quando te olha, muito discretamente.
"SERÁ QUE ELE VAI DESCER NO MESMO PONTO QUE EU????" "não, isso NUNCA acontece, e hoje não vai ser diferente!!!" "quando eu for descer vou ficar de lado pra ele, de repente ele pede o meu telefone, vai saber!" "não, é melhor ficar de costas, porque você já sabe que ele não vai pedir o seu telefone, IDIOTA."

Então, eis que, no seu ponto, NUNCA ninguém desce. Você sempre desce sozinha. Mas por algum acaso da vida, uma renca de gente queria descer! Tinha bem uns 5 querendo descer! Você levanta, então, a 6ª pessoa, atrás daquele povo todo que resolveu descer com você. "Puf, vou levantar mas com esse MUNDO de gente, agora mesmo que não tem jeito! Não, ele não vai falar comigo, nem pedir meu telefone, nem absolutamente nada. Vai ser mais um com quem eu quis falar e não conseguiu!". Isso você pensa antes de levantar, porque quando você levanta, lá está ele, em pé, pra DESCER NO MESMO PONTO QUE VOCÊ.
"E agora, pra onde eu vou? Eu ia no mercadinho logo em frente, mas eu posso ir pra minha casa também. PRA ONDE ELE VAI??? Não sei. E agora? Ele vai deixar eu descer na frente dele? Ou ele vai na frente e eu vou seguir? E agora?"
Então, as pessoas descem, e ele deixa você descer na frente dele. Você sai, caminhando rápido como SEMPRE. "Calma, se ele quiser falar comigo, não posso sair assim andando tão rápido." É quando você desacelera e anda mais devagar que uma tartaruga. Ok, não precisa exagerar né! Anda um pouco mais devagar...

Mas... Como sempre... Não é dessa vez que ele vem atrás de você. Nem uma alma viva se aproxima. "Putz, será que todo mundo resolveu entrar NA MINHA RUA e só eu segui em frente? Pra onde ele foi? Não vou olhar pra trás!" Então você começa a subir a rampa do mercado que você ia, porque você não decide mudar de rumo por conta de um ser que você nem sabe.... Se daria em alguma coisa! Se ele falaria com você ou qualquer coisa! E, não, você não toma a iniciativa de falar com ele! Como contar pras suas amigas depois, que você falou com um estranho do ônibus e não deu em nada, ainda por cima? Isso não pode acontecer!

Pois a bendita rampa faz a volta e você fica de frente pra sua rua, onde você não sabia quem entraria lá. E eis que ele está prestes a atravessar pra entrar na sua rua, porém... TOTALMENTE VIRADO olhando você ir embora. E você olha pra ele, enfim! E ele sorri, você percebe. E então você tenta sorrir, mas logo tem que virar de costas pra seguir a rampa. E você vira de costas e... OLHA PRA TRÁS, e ele continua lá, olhando você ir embora...
E você continua andando. "será que ele vai vir aqui? Será que ele vem? Será?" E você entra no supermercado, sobe na esteira rolante e, quando chega lá em cima, você olha pra trás. E, não, ele não vem atrás de você.

E você fica com um aperto enorme no coração! E fica se martirizando porque você, talvez, devesse ter ido pra sua casa. Mas você também tinha coisas MUITO URGENTES pra resolver no supermercado. Sim, você tinha que entrar numa lan house que tem dentro do supermercado, olhar dados super importantes que você passou o dia esperando e, além disso, escrever no Coffee!

Mas você resolve sentar num lugar que dá direto pra esteira rolante, pois se ele resolve aparecer, você vai vê-lo! Porém, ele não veio.

"E se ele estiver lá fora, esperando eu sair???"

É, chegou a hora de ir embora...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Síndrome do "não vivo sem meu celular por perto".

Cheguei no serviço, e fui realizar a tarefa diária de tirar os 2 celulares da bolsa e colocar em cima da mesa...Daí que eu abro a bolsa....e....Cadê os celulares ??
Senti um frio na barriga. Um aperto no coração. E a sensação de estar perdida.
Ah meo Deus !
A primeira reação, liagar para qualquer um dos números, quem sabe eles não estão no fundo da mochila (mas já fiz isso tendo a certeza de que não estavam, pois eu SEMPRE coloco no bolsinho de fora da mochila, assim que eu acordo e os tiro do lado da minha cama).
Disquei, só chamou...e nada de eu ouvir algum toque.
Liguei para minha casa....Ninguém atendeu. Só faltava essa, como eu ia ter a certeza que os deixei em casa mesmo ?
Será que estariam no carro ? Não...não me recordo de ter colocado no console, como já fiz algumas vezes.
Liguei em casa de novo....desta vez mammy atende, e me dá a reconfortante notícia de que os celulares estão lá.
Sim...Como eu sou uma pessoa que se sente "nua" sem o celular, vou até minha residência na hora do almoço (42 km ida e volta), só para pegar os bonitinhos, e poder trabalhar mais tranquilamente na parte da tarde.
Algum tempo atrás claro eu não faria isso. não me importaria tanto em estar sem os celulares. Mas acontece que já sou uma pessoa dependente. A idéia de que alguém pode me procurar, e não me achar, me deixa em pânico. Ainda mais se esse alguém de repente quiser fazer alguma coisa quiçá hoje a noite...
Hahahahahahah !
É isso.